SÃO PAULO - A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que semana passada teve sua produção reduzida por determinação da Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, nega que a emissão de poeira de grafite cause danos ou riscos à saúde da população do entorno da usina de Santa Cruz, zona oeste da cidade. Em esclarecimento publicado nos jornais dirigido à população do Rio, em especial aos moradores de Santa Cruz, a CSA afirma que o grafite "é totalmente inerte e não tóxico", e sua poeira "forma flocos de grandes dimensões, que não chegam aos pulmões".
Apesar disso, a empresa, controlada por ThyssenKrupp e Vale, pede desculpas pelo fato de que em agosto, "intensos ventos e o tempo seco" contribuíram para que o grafite atingisse a comunidade. A emissão de grafite teve origem no descarte do ferro gusa produzido no Alto-Forno 1 em poços licenciados para esse fim, como destaca o comunicado.
A siderúrgica cita dados da Organização Mundial da Saúde de que as partículas inaláveis (menores que 0,01 milímetros) são as que causam os males respiratórios, "o que não é o caso do pó de grafite", mas reconhece o incômodo causado aos vizinhos. Em seguida, cita um laudo de especialista e um estudo conduzido pelas autoridades estaduais de saúde que afirmam que não existe qualquer relação entre as emissões de grafite verificadas e doenças da população.
Multa
No final de dezembro, a Secretaria determinou que a CSA reduzisse sua produção para 70% de sua capacidade até que sejam solucionados problemas técnicos que resultaram no lançamento de poluentes no ar, em agosto passado. Segundo o órgão estadual, a CSA passará por uma auditoria externa e será multada.
O valor da multa deve ser fixado hoje, após reunião do conselho diretor do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e pode ser maior do que a penalidade aplicada em agosto, de R$ 1,8 milhão, pelo agravante de ser reincidente. A siderúrgica avisa que está aguardando o Inea determinar a área na qual as residências estarão elegíveis a indenização no "valor referente à limpeza dos imóveis e mobiliários, uma vez que reconhece o incômodo gerado a seus vizinhos."
A CSA afirma que os estudos ambientais entregues aos órgãos competentes para fundamentar o licenciamento da siderúrgica "descreveram os poços, bem como mencionaram que são estruturas de uso temporário, sem controle ambiental. Diferentemente dos poços da maioria das siderúrgicas do mundo, o poço de emergência da CSA é um dos poucos com controles ambientais instalados, como barreiras de ventos e sprays de água para abater a poeira, os quais comprovaram sua eficácia quando do início das operações do Alto-Forno 2."
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