Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR) revelou que o fim das férias para muitos trabalhadores é sofrevível. Segundo o estudo, que foi feito com o envolvimento de 540 profissionais de inúmeras áreas de atuação, 23% dos brasileiros sofrem de depressão pós-férias. Os sintomas vão desde dores musculares e de cabeça até cansaço, ansiedade e angústia, este último encontrado em 89 % dos casos.
Em geral, a depressão pós-férias surge quando o indivíduo se vê obrigado a ter que retornar para um ambiente de trabalho no qual não consegue mais suportar. Como nas férias as pessoas ficam perto daqueles que realmente gostam e que são importantes em suas vidas, quando elas têm que retornar às suas atividades profissionais, conviver com aqueles que não admira e estar sujeito a cobranças e exigências cada vez mais intensas, a depressão reúne todas as condições necessárias para se instalar.
Desse modo, grande parte das vítimas são as que se sentem insatisfeitas profissionalmente, que não enxergam possibilidade alguma de promoção ou crescimento dentro da empresa, que desaprovam o ambiente onde atuam profissionalmente e que possuem conflitos no local de serviço. Além disso, Cavalcante explica que, apesar dos princípios morais e éticos não serem negociáveis, na maioria das vezes os indivíduos, sem perceber, acabam acatando ordens e pendendo para a tomada de ações que são contrárias às sua convicções.
Realização profissional
Sendo assim, quando a rotina de trabalho desagrada ou entra em contradição com os valores pessoais é o momento de começar repensar a vida profissional e traçar planos que busquem a autorrealização. "Se não está satisfeito tente conversar com seu chefe. Se isso não surtir efeito procure trocar de setor dentro da empresa. Contudo, se nada der resultado é hora de começar a mandar currículos em busca de uma nova empresa para trabalhar", orienta. Portanto, para acabar com a depressão pós-férias é imprescindível que o empregado reflita e procure identificar quais os seus propósitos de vida e de trabalho, traçando metas e objetivos no intuito de alcançá-los.
A psicóloga e consultora de Recursos Humanos Ana Maria de Souza Tardelli concorda que em algumas circunstâncias resta ao trabalhador repensar sobre as suas possibilidades de atuação e acrescenta, ainda, que outro desencadeador do problema pode estar relacionado ao estresse e à preocupação. "Nessas situações, o profissional não se desliga de suas atividades rotineiras, e, no período de férias, não consegue relaxar e se desvincular das questões profissionais, retornando para o serviço sem ter o descanso necessário", afirma.
Da mesma forma, é comum que ao voltar ao trabalho a pessoa se depare com um grande volume de atividades acumuladas, o que também pode ser motivo para desencadear o quadro depressivo. Para lidar com isso, a psicóloga recomenda que o profissional se organize. A calma é um importante aliado para que todas as tarefas pendentes no período de férias sejam realizadas com êxito.
Prevenção
A depressão pós-férias pode provocar, além das dores musculares, de cabeça, angústia e ansiedade, um processo depressivo mais grave, fazendo-se necessário o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Por isso, um trabalho preventivo por parte da empresa, mostrando ao profissional o valor de sua contribuição, é a atitude mais sensata a ser tomada pelos empregadores. "Já o profissional, por sua vez, deve compreender que ele também é importante para o funcionamento da empresa e que por isso deve realizar o seu trabalho com disposição e prazer",
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