quinta-feira, 2 de junho de 2011

HOMEM SE TORNA ULTRAMARATONISTA APÓS VENCER UM CÂNCER


Rafael Zobaran tinha apenas 27 anos quando teve de enfrentar uma mesa de operação e agressivas sessões de quimioterapia devido a um câncer que começou em um dos testículos e que avançava em direção a outros orgãos pelos vasos sanguíneos. Não demorou muito para que o tratamento o debilitasse fisicamente e que as dores e angústias aparecessem.


— Abandonei a faculdade, não tinha uma profissão definida, não me planejei para o futuro, não soube escolher as melhores companhias, nunca dei importância à minha saúde, preocupava-me apenas em me divertir e curtir a praia no fim de semana. 'Veja no que deu. Acabou a farra, chegou o fim da linha', pensei — confessou Rafael.

Contudo, durante suas longas internações, Rafael pôde renovar suas esperanças para quando chegasse a oportunidade de recomeçar. Quando os médicos trouxeram a tão sonhada notícia de que o tratamento tinha sido bem sucedido, em 2003, gozando de plena saúde, Rafael começou a praticar corrida e se apaixonou pelo esporte, encontrando nele um sentido para a vida.

— Comecei fazendo algumas caminhadas, aos poucos eu passei a trotar e, daí para frente, não parei mais. Primeiro, completei uma prova de 5km; depois, de 10km; mais tarde, de 21km; até o dia em que encarei a maratona com seus temidos 42km. Hoje, sou ultramaratonista. Participo de provas com distâncias que variam de 50km, 70km, 100km, ou mais.




A superação e a mensagem de Rafael passaram a render ao atleta, hoje com 40 anos, convites para dar palestras sobre a sua trajetória. Nas apresentações, ele aborda seu esforço, disciplina e dedicação, as exaustivas jornadas diárias de treinamentos e a importância da preparação mental alinhada ao treinamento físico.


— Relato as dificuldades com sinceridade, como abro mão dos momentos de lazer em prol da corrida, os obstáculos que já enfrentei e os que continuam me desafiando, e é uma satisfação ver que esta história tem inspirado ações positivas nas pessoas — avalia.

Neste sábado, 28 de maio, Rafael Zobaran vai correr sozinho 75 quilômetros da travessia de Revezamento Bertioga-Maresias, no litoral. No ano passado, ele completou a mesma prova em 7 horas e 33 minutos, e desta vez quer quebrar sua própria marca, fazendo em menos de 7 horas.

— Estou em excelente condição física e psicológica. O resultado em uma prova de longa distância depende de vários fatores, inclusive das condições climáticas. Podem surgir imprevistos, mas estou disposto a impor meu ritmo — diz.

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