quarta-feira, 1 de junho de 2011

MEGAPROJETO DO CANAL DO PANAMÁ

A expansão do Canal de Panamá, com custo estimado em US$ 5,25 bilhões, pode ser considerada um dos megaprojetos em curso no mundo. E não só pela ótica da engenharia, dado o porte da obra, que requer trabalhos simultâneos em países das Américas, Europa e Ásia. Mas sobretudo pelo potencial impacto no transporte marítimo internacional, em especial no segmento de contêineres, a partir do fim de 2014, quando, se espera, a expansão do canal esteja concluída.

O programa consiste na instalação de um terceiro jogo de eclusas, que funcionam como elevadores para navios. Hoje o Canal de Panamá - cuja extensão, entre os oceanos Atlântico e Pacífico, é de 80 quilômetros - é formado por duas linhas de navegação equipadas com eclusas. Será construída uma terceira linha com um novo conjunto de eclusas. A obra também prevê novos leitos fluviais de navegação e alargamento dos leitos existentes, além do aprofundamento do canal de navegação do chamado "Corte Culebra", ponto mais estreito do canal, e do lago Gatún, próximo ao Atlântico.

A partir do fim de 2014, empresas de navegação poderão implantar linhas de navios de maior tonelagem para operar através do canal. Hoje o Canal de Panamá está limitado, nos contêineres, a navios de 4,6 mil TEUs (equivalente a 20 pés). Essa capacidade será multiplicada por mais de duas vezes. A Autoridade do Canal de Panamá (ACP), que administra a via, diz que a expansão permitirá a passagem de navios de até 13,6 mil TEUs, mas entre armadores há quem entenda que essa capacidade poderá ficar em cerca de 10 mil TEUs, considerando o tamanho dos navios que cruzarão pela nova linha, que poderão ter até 366 metros de comprimento e transportar, ao largo, 19 fileiras de contêineres.

ao ampliar a capacidade de carga o canal pode criar demanda adicional para operações de transbordo em um porto concentrador. "Essa capacidade está amplamente disponível em vários locais do Mar do Caribe." O Panamá quer aproveitar a expansão para transformar o país em um centro importante de transbordo de cargas e logística.

Isso tende a incrementar a movimentação nos portos do Norte e Nordeste do Brasil, que terão de se preparar melhor para a nova fase de grandes navios na rota leste-oeste-leste, os chamados serviços de volta ao mundo, incluindo Ásia, Europa e América do Sul.

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