sábado, 26 de fevereiro de 2011

SEXO ORAL E O CANCRO DE GARGANTA

No Estados Unidos, as infecções por Vírus do Papiloma Humano (HPV) são maioritariamente provocadas pela prática de sexo oral com múltiplos parceiros.

De acordo com um estudo da Universidade do Ohio, que vem reforçar conclusões de estudos anteriores, conclui-se que os indivíduos que praticaram sexo oral com mais de seis indivíduos têm oito vezes mais possibilidades de desenvolver esta doença do que indivíduos com menos parceiros sexuais.

Maura Gillinson, a investigadora responsável pelo estudo, explica que, entre 1974 e 2007, houve um incremento de 225% em todos os tipos de cancro oral derivados do HPV. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano estima que, durante as duas últimas décadas, o número de contagiados tenha duplicado e estima que metade da população norte-americana sexualmente activa venha a contrair o vírus ao longo da sua vida.

Em Portugal também existem números que apontam para uma tendência similar. Se antes, o perfil social do doente de cancro oral estava traçado - homem, fumador e com hábitos alcoólicos muito marcados -, nos últimos anos essa realidade alterou-se.

Os médicos dentistas que trabalham no IPO de Lisboa deparam-se hoje com um novo padrão, em que, de acordo com Daniel de Sousa, responsável pelo Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do IPO de Lisboa, há «uma prevalência crescente de doentes mais jovens, na casa dos 30 anos, com cancro oral».

Daniel de Sousa refere que «a nível da informação médica internacional esta é uma realidade que começa a ter muito significado», porém, em Portugal não existem ainda estatísticas sobre este tipo específico de cancro oral, que ocupa ocupa o 5.º lugar na prevalência a nível nacional.

A maioria dos casos de cancros orais em Portugal continua a ser descoberta na população mais velha. Todos os anos são detectados 1500 novos casos: 1200 em homens e 300 em mulheres

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