Confirmada a instalação da Companhia Siderúrgica de Suape (CSS), começaram as negociações para a atração de empresas ligadas à cadeia do aço para a região do porto pernambucano. Diretamente interessada no assunto, a Cone SA, sócia minoritária da CSS, decidiu criar uma Zona de Processamento de Aço (ZPA), onde quer ver instaladas fabricantes de produtos acabados, como perfis, chapas, barras e bobinas.
O objetivo principal da ZPA será o suprimento das necessidades de materiais e equipamentos de aço das indústrias naval, de óleo e gás, de geração de energia eólica e de máquinas e equipamentos pesados que vierem a se instalar na região. A ideia é que essas indústrias utilizem as placas que serão processadas na CSS.
Sem revelar maiores detalhes, o diretor-executivo da Cone, Marcos Roberto Dubeux, admitiu estar em negociações avançadas com uma fabricante de eletrodomésticos de linha branca. "Na hora em que você tem uma operação de aço no Nordeste e várias empresas locais com custo de frete elevado, vai ter interesse [em se instalarem na ZPA]", prevê o executivo, após lembrar que mais de 60% do aço consumido no Nordeste é importado, e que o restante vem do Sudeste.
Marcos Roberto acredita que a instalação de uma fábrica da Fiat em Suape, anunciada no fim do ano passado, pode representar uma demanda adicional importante por placas. Ele informou que esteve recentemente na unidade da montadora em Betim (MG), onde apresentou os serviços da Cone e da siderúrgica.
Primeira laminadora do Nordeste, a CSS é uma sociedade entre a Cone, o grupo suíço Trasteel, a fabricante de equipamentos italiana Danieli e a Fabrica Participações, de Ricardo Antunes. A distribuição do capital não é revelada.
A unidade terá capacidade de processar 1 milhão de toneladas de placas por ano. A maior parte das placas semi-acabadas será fornecida pela Trasteel e virá da Europa. Entretanto, há a possibilidade de utilização do produto nacional.
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