O terminal de contêineres do Porto de Suape terminou o ano de 2010 acima das nove milhões de toneladas de cargas e prevê que, em 2011, chegue a dez milhões de toneladas. Mais: até 2014, serão 48 milhões de toneladas. “Isso vai nos transformar em um porto maior que o de Paranaguá, no Paraná (um dos maiores do País)”, disse o vice-presidente de Suape, Frederico Amâncio, sobre os números apresentados nas palestras que marcaram os três anos de mercado da revista Negócios PE, mediadas pelos colunistas de Economia da Folha de Pernambuco, Sarah Eleutério, e do Jornal do Commercio, Fernando Castilho. Os índices mostraram os trilhos pelos quais seguem o desenvolvimento do Estado e, principalmente, previsões otimistas. No entanto, ainda se lida com o deficit de mão de obra e de escolaridade, que estão do outro lado do crescimento de Pernambuco: os números e previsões astronômicas de Suape versus as dificuldades de acompanhar a velocidade como as cifras crescem por aqui.
Embora positivos, os dados apontam contradições entre os índices do Estado. Por exemplo, como serão guiadas as políticas públicas que já preparam Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014, quando pesquisa do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) mostra que 22% dos turistas que pretendem vir ao evento se preocupam, principalmente, com a (falta de) segurança. “A Copa terá grande capacidade de atrair turistas e investimentos para o setor e será ainda grande motivo para resolver o problema da segurança”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), José Otávio Meira Lins. E o que o setor turístico quer, disse Meira Lins, é conquistar esse visitante e sair do insistente índice de 5,5 milhões de turistas/ano. “A meta é duplicar”, mensurou.
A falta de mão de obra qualificada é um dos entraves. O diretor geral da Universidade Estácio, Leonardo Estevam, lembrou que no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Pernambuco aparece em 19º lugar, com nota 4,1, colado com o Rio de Janeiro, “que também vai muito mal”. Na mesma lista, o Nordeste recebeu nota 3,8 e o Brasil, 4,6. A taxa de desocupação no Brasil é de cerca de 5%, enquanto em Pernambuco chega em torno dos 7%. “Pernambuco cresce mais que o Brasil e, desde 2009, a indústria é a grande impulsionadora dessa história”, comentou Estevam. Outro número: o mercado de ensino superior público cresceu 1,5% no País, no último ano. Em Pernambuco, 15%.
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