Trabalhadores de diversos ramos de atividades estão expostos a fatores organizacionais e psicossociais que propiciam a ocorrência e/ou agravamento de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dort), tais como a execução de movimentos repetitivos, o uso de postos de trabalho inadequados, a exposição a vibração e ruído, longas jornadas de trabalho, pressão para cumprimento de metas e de padrões de qualidade.
O monitor é um dos principais focos de perigo. Os reflexos no ecrã, o mau posicionamento do monitor, a execução de tarefas repetitivas que usam sempre os mesmos músculos e nervos dos olhos (por exemplo, a introdução de dados) esforçam a visão. E que dizer do pó? No início dos anos 90, uma equipa de investigadores noruegueses descobriu que as pessoas que trabalham diante de monitores têm cinco a dez vezes mais pó impregnado no rosto. A explicação é simples: o campo electrostático que circunda o monitor atrai os iões com carga negativa que pairam no ambiente; entre o monitor e o utilizador forma-se um campo de iões positivos e negativos, aos quais as minúsculas partículas de pó se agarram; o monitor repele as partículas com carga positiva para a cara do utilizador.
Isto para não falar das posturas incorrectas, isto é, todas as que são desconfortáveis para o utilizador e passíveis de causar lesões nos músculos e tendões. Sem que se apercebam, os utilizadores de computadores usam em excesso os músculos do pescoço, ombros e braços e sobrecarregam o esqueleto, em particular a coluna vertebral. É comum ver alguém olhar para o monitor com o queixo ou toda a cabeça lançados para a frente, com as pernas cruzadas ou as costas completamente dobradas.
A posição de trabalho
A adopção de uma postura correcta é o principal modo de prevenir lesões músculo-esqueléticas.
Uma posição neutra (em que se atinge o ponto de conforto) varia de pessoa para pessoa. No entanto há que ter em atenção alguns parâmetros: costas direitas e apoiadas; pés assentes no chão (ou num acessório próprio); entre o braço e o antebraço, as costas e as pernas o ângulo formado é de 90º; ausência de pressão na parte interior dos joelhos; antebraço plenamente apoiado; pulso e mão à altura do antebraço.
Uma vez definida a posição e regulada a cadeira, deverá usar acessórios para ajustar os restantes parâmetros (suporte para folhas, apoio para pés, suporte para teclado e rato…).
Uma boa cadeira é fundamental. Como regra, procure um modelo que possibilite o maior número possível de ajustes (altura do assento, dos apoios dos braços e do encosto e ângulos entre estes) e preparado para eventuais adições (encosto para a cabeça, apoio para os pés e braços, etc.). Experimente, tanto quanto possível, várias cadeiras antes de fazer a sua opção. Dê especial atenção ao apoio lombar e dos antebraços e ao conforto do assento.
Uma boa secretária de trabalho não deverá ser demasiado alta, a fim de não obrigar o utilizador a colocar os braços de uma forma incorrecta. O ideal será que esteja à mesma altura dos apoios dos braços da cadeira. A reentrância central faz com que o utilizador aceda facilmente a todos os objectos colocados sobre a secretária, sem que, para isso, tenha de se sujeitar a posições incorrectas.
Os teclados e os ratos são em conjunto com o monitor, os dispositivos informáticos que mais vão influenciar a sua saúde e provocar uma maior ou menor fadiga. Uma grande parte dos teclados ergonómicos do mercado inclui já apoio para os pulsos, que é de utilização obrigatória. No entanto, os utilizadores intensivos deverão ir um pouco mais longe e adquirir um teclado ergonómico, que diminui a fadiga e aumenta a velocidade de digitação. Um rato ergonómico é também aconselhado, sendo recomendável optar por um modelo baixo, que exige um menor esforço do pulso. A iluminação Num espaço com iluminação natural, a luz deverá incidir de lado em relação ao monitor, nunca de frente (causa encadeamento) ou de trás (faz reflexos no ecrã). “Luz natural” é diferente de “luz solar”. Luz solar directa pode na grande maior parte das vezes causar fadiga e stress visual, para além de calor. O que a maioria das pessoa gosta é de “luz natural”, uma luz difusa e confortável. Torna os espaços agradáveis, atractivos e desejados. O mau design de iluminação pode:
Uma temperatura agradável situa-se entre os 20º e 24º no Inverno e entre os 23º e 26º no Verão. Todas estas questões relacionadas com conforto térmico podem afectar a sua produtividade. “Desconforto térmico” pode:
Fazer pequenas pausas pode exigir auto-disciplina e organização, mas não o fazer é altamente desaconselhado – mesmo que o seu espaço de trabalho seja ergonómico. De vez em quando, levante-se e estique o corpo, ou dê alguns passos. Se não o puder fazer, organize as suas tarefas de modo a executá-las intercaladamente – estará a alternar os músculos e tendões que usa em cada uma delas. A fim de prevenir a fadiga visual, feche os olhos durante alguns segundos e foque ocasionalmente objectos distantes (a 6m ou mais). Pode também fazer pequenos exercícios de alongamento e relaxamento – valem sobretudo pela mudança de posição. |