O governo do estado conseguiu assegurar um montante de R$ 70 milhões junto ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para viabilizar a ampliação dos portos de Natal e Areia Branca. O aumento da capacidade desses terminais colocará o Rio Grande do Norte na rota de escoação de produtos nacionais e internacionais no Nordeste. Durante audiência pública realizada ontem para discutir a atividade portuária no estado, o diretor presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Emerson Fernandes, disse que os portos são agentes desenvolvedores da economia dos estados e que o Rio Grande do Norte tem capacidade para se desenvolver mais na questão portuária, o que pode ser conquistado com uma melhoria na infraestrutura.
"Possibilitar o tráfego de navios de grande porte aumentará a competitividade entre os clientes interessados em atracar por aqui. E ainda mais, podemos ser a preferência dos fornecedores quando o produto for o sal. Com isso, nossa economia pode se fortalecer", afirmou.
O porto de Natalé a melhor alternativa para exportação e importação por estar localizado de forma mais próxima da África e Europa, além de estar instalado numa região de águas tranquilas e operar durante 24 horas por dia. Porém, é o que tem águas em menor profundidade, o que reduz a possibilidade de receber navios de grande porte. Por esse motivo o projeto de execução contém obra de drenagem que aumentará a profundidade de 10 para 12,5 metros. Além disso, será construído um terminal de passageiros para incentivar o turismo naval e servir de alternativa no período da Copa do Mundo de 2014. A licitação ficará pronta em dezembro.
Como a produção de sal em Areia Branca representa 95% da produção nacional, torna-se indispensável aumentar a capacidade do porto sem que o transporte seja feito por outros portos da região. A ampliação do pátio permitirá uma maior armazenagem e quantidade de conteiners, o que vai refletir no transporte de produtos em grande volume. Também vai ser realizado no porto de Areia Branca obras de dragagem noacesso ao local, que terá uma profundidade mínima de 17 metros - garantindo o fluxo de navios com até 75 mil toneladas. Essa é a capacidade em portos brasileiros como o de Santos, em São Paulo e Suape, em Pernambuco.
Para o secretario estadual de desenvolvimento econômico, Benito Gama, o estado precisa ser competitivo na atividade econômica. "Precisamos de um plano diretor de logística. Uma melhor estrutura nos portos facilitará o comércio na agricultura e na indústria com outros lugares, diminuindo custos com frete", disse. Já o deputado estadual Hermano Morais (PMDB) lamentou a falta de ação de governos anteriores. "Nosso estado ficou adormecido no tempo. Agora vai ter que correr atrás e fazer igual a estados vizinhos mais empreendedores, que hoje colhem os benefícios. Nossa classe política tem que se envolver mais com a causa".
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