segunda-feira, 25 de abril de 2011

MERGULHO A MAIS DE 7O METROS DE UMA PONTE - COMO SOBREVIVER?


A Ponte “Golden Gate” (em português, Ponte do Portão Dourado), ponte localizada na Califórnia, EUA, é o local de suicídio mais popular do mundo.
Em média, as pessoas pulam da ponte uma vez a cada duas semanas. Uma pessoa que salta do ponto mais alto da ponte despenca por 74,68 metros antes de mergulhar nas águas frias da baía de São Francisco. O impacto dessa queda mata 98% de todos os suicidas (ou pessoas estúpidas o suficiente para pular de lá).
Isso significa, no entanto, que 2% das pessoas que caem da ponte de alguma forma sobrevivem à queda.
Os 2% tem inclusive nome. Recentemente, em 17 de abril, uma menina de 16 anos sobreviveu à queda de mais de 70 metros. Um mês antes, um rapaz de 17 anos, que estava viajando com a escola, também sobreviveu à queda depois de ter saltado da ponte “por diversão”.
O que fez desses dois casos os 2%? Segundo especialistas, explicar como as pessoas sobrevivem a quedas como essa é difícil, porque os fatos em particular – a distância da queda, o tipo de corpo, o vento, as condições da água – variam muito.
Mesmo assim, isso não impediu físicos e médicos de teorizar sobre o que pode aumentar as chances de alguém sair vivo das águas geladas da baía.
Embora as conclusões não sejam exatas, os cientistas podem razoavelmente explicar porque algumas pessoas são capazes de sobreviver ao mergulho. Como os sobreviventes são geralmente adolescentes, isso indica que os jovens e as pessoas saudáveis têm maior chance de sobrevida do que aqueles que estão acima do peso, fora de forma, doentes ou idosos.
Ou seja, idade e aptidão podem fazer toda a diferença. No passado, um jovem chamado Kevin Hines sobreviveu a um salto de suicídio da ponte Golden Gate, e os médicos acreditam que ele sobreviveu porque estava em excelente condição física. Ele foi capaz de lutar para chegar a superfície da água e, em seguida, nadar até a ponte. Ele foi finalmente resgatado por um barco da Guarda Costeira.
A posição do corpo quando atinge a água também desempenha um papel enorme em sobreviver a uma queda dessa altura, embora os cientistas discordem sobre as posições mais seguras.
Kevin Hines afirmou ter pulado da ponte em um mergulho de cisne, mas se reposicionado para cair como se estivesse prestes a se sentar em uma cadeira. Os médicos disseram que se ele mudasse mesmo que ligeiramente sua posição corporal, teria quebrado sua coluna ou prejudicado seus órgãos.
Em 1968, o pesquisador Richard Snyder analisou 169 suicídios da ponte Golden Gate. Quando examinou os restos mortais das pessoas que tinham caído da ponte, ele observou que cair de lado ou de cabeça, estilo de mergulho de cisne, danificava o esqueleto mais do que cair na água com “de pé”, com o corpo alinhado verticalmente.
A velha teoria de que um corpo relaxado sustenta menos lesões durante um acidente de carro pode ser aplicada ao cenário “pular de uma ponte altíssima” também. Músculos relaxados restringem o movimento e dão flexibilidade em todas as situações: pular de pontes, acidentes automobilísticos, colisões esportivas, confrontos com assaltantes, etc.
Essa flexibilidade pode ajudar a amortecer o impacto na coluna vertebral, cérebro e órgãos internos. Mas é difícil imaginar as pessoas relaxadas no meio de um salto suicida, ou mesmo em qualquer das outras situações citadas.
Agora preste bastante atenção: mesmo que você seja jovem, saudável, e planeje cair da ponte de pé e relaxado, sobreviver a um mergulho mesmo de 30 metros já é altamente improvável. Nem pense em tentar pular da Golden Gate por diversão.
Segundo os cientistas, ninguém pode esperar saltar e sobreviver. Naqueles poucos segundos que você tem que agir, você provavelmente não terá o controle físico para trazer o seu corpo em qualquer posição ou relaxar. E mesmo que você soubesse fazer isso, a mais leve brisa pode virar seu corpo o suficiente para lhe matar.

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