sábado, 9 de abril de 2011

AUTOR DA CHACINA DO RIO SE DIZIA FUNDAMENTALISTA E ADEPTO DE BIN LADEN


Para tentar entender tudo o que se passou dentro da escola e o que levou Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, a cometer o crime bárbaro na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, a polícia iniciou depoimentos para tentar traçar um perfil do jovem. Além de alunos e funcionários do centro de ensino onde ocorreu o massacre, a polícia fluminense convocou parentes do atirador para depor. O primo de consideração Luciano André Pereira dos Santos, de 24 anos, que morou com Wellington até 2009, contou que o rapaz era antissocial, ficava trancado no quarto e não se relacionava com ninguém. Segundo ele, há 10 anos, Wellington foi jogado por colegas da Escola Municipal Tasso da Silveira dentro de uma lata de lixo porque sofria discriminação.

Luciano também contou que Wellington ficou mais estranho depois do atentado às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001. “Desde aquele dia, Wellington assistia repetidamente à gravação das imagens do atentado e começou a se autointitular fundamentalista. Ele dizia a todos que ia jogar um avião no Cristo Redentor e até treinava com um jogo de computador que ensinava como pilotar um avião”, afirmou Luciano.

Ele disse que o primo não quis mais trabalhar depois de ser demitido de uma fábrica de alimentos, no ano passado, e que soube do barbeiro de Wellington que o rapaz deixou a barba crescer até o peito. “Ele passava pelos moradores e se dizia adepto de Bin Laden, por isso, colocaram nele esse apelido.” Em depoimento, Luciano disse ainda que Wellington chegou a comentar com o barbeiro que as pessoas se assustavam com ele.

Luciano e Wellington não se viam havia cerca de dois anos, desde que a avó de Luciano Dicéa Menezes de Oliveira, que adotou Wellington, morreu de infarto aos 72 anos. À polícia, Luciano disse que sempre achou que o primo faria algo de muito ruim e que, depois da morte da mãe adotiva, Wellington passou a beber muito e fumar cigarros. Ele foi adotado com 2 meses de vida porque a mãe biológica era esquizofrênica. “Mesmo no enterro da minha avó, que era tia da mãe de Wellington, ele ficou quieto em um canto, sem qualquer emoção. Era um homem frio, distante de todos os irmãos”, contou Luciano.
DOENÇA

Problemas psiquiátricos detectados durante a infância levaram a mãe adotiva de Wellington, Dicéa, a buscar ajuda médica para o filho. Wellington passou a tomar medicamentos de uso controlado, como relata à reportagem um dos irmãos que vivem no Entorno do Distrito Federal (DF). O uso ocorreu durante toda a infância, segundo ele. Foi interrompido na adolescência. É quando Wellington ficou mais recluso e passou a se trancar com frequência no quarto. A válvula de escape era a internet, meio por onde o jovem pode ter se informado sobre o uso ostensivo de armas de fogo, como acredita um de seus irmãos.
Os distúrbios psiquiátricos se manifestaram no início da infância. “Minha mãe tinha um carinho especial por ele, por saber que era filho de uma mulher com problemas mentais”, conta o irmão de Wellington ouvido pela reportagem. A morte de Dicéa, um ano e meio atrás, reuniu os seis irmãos no velório. Wellington morava com a mãe, era apegado a ela e reforçou o comportamento recluso e estranho aos olhos da vizinhança depois da morte da mãe. Antes, ele vivia com Dicéa numa casa no Realengo. Depois da morte dela, herdou uma casa em Sepetiba, bairro próximo na Zona Oeste. Teve muito pouco contato com os irmãos. “Conversei com ele três vezes depois da morte da minha mãe. Foi uma conversa normal de irmão de criação”,

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