Um levantamento realizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) revelou que o estresse, em suas mais variadas formas, atinge cerca de 90% da população global. Esse quadro está associado ao desenvolvimento de uma série de doenças, como câncer, depressão, diabetes e principalmente a hipertensão. No Brasil, por exemplo, 132 mil infartos são causados pelo estresse do dia a dia, conforme dados do Ministério da Saúde.
Tão suscetíveis quanto qualquer ser humano, os executivos, cujo padrão de trabalho extrapola as mais recomendadas cargas horárias, acabam por se tornar alvo fácil desses sintomas. A crença hoje é achar que estar ocupado é sinonimo de competência. "Vivemos num mundo globalizado, na sociedade 24 horas onde o tempo tornou-se um aspecto importantíssimo e "o demais" permeia a vida das pessoas. No entanto, muita gente confunde agenda lotada com sucesso profissional e competência", afirma a vice-presidente de projetos da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), Sâmia Simurro. Segundo Sâmia, alguns psicólogos do Reino Unido levantaram a possibilidade de as pessoas sentirem necessidade de preencherem toda a sua agenda, por terem medo do tédio e da solidão em que elas se encontram.
Para ambos os especialistas, não existe uma fórmula mágica para evitar ou ignorar situações estressantes. A diferença real está em como encarar as circunstâncias. "Acredito que existam várias razões para essa dificuldade. Uma delas é a falta de compromisso com suas prioridades. Não importa a quantidade de tempo que dispomos, mas, sim, como estamos utilizando o nosso tempo", avalia Sâmia. Contudo, essas advertências não estão relacionadas ao desligamento do trabalho, mas a uma quebra de um ritmo acelerado com as tarefas profissionais.
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