A excessiva exposição emocional das pessoas pode levá-las ao "burnout". A condição, mistura de esgotamento, distanciamento, desinteresse e tentativa de mudar de tarefa, também afecta outros trabalhadores. Não há palavra portuguesa que traduza literalmente o fenómeno do "burnout", condição psicológica que começou a ser identificada nos anos 70 do século passado. É mais que o esgotamento e é provocado por exposição prolongada ao stress, com componentes que podem atingir a depressão clínica, segundo explica os psicólogos. o burnout? afecta cerca de 40% dos profissionais de saúde e 20% de entre todos os trabalhadores.
Este síndroma deve-se à exposição prolongada a factores de stress emocionais e interpessoais no trabalho. Manifesta-se, nas funções de contacto com o público, e em pessoas a trabalhar em organizações que não lhes requerem participação nas decisões nem lhes devolvem apreciação sobre o seu desempenho.
O maior factor de protecção, é o equilíbrio vida profissional/vida familiar. Sem isso , as consequências são depressão, queixas de mal-estar ou dores e infecções.
Na função laboral, a pessoa afectada pelo “burnout” estará insatisfeita, quererá cortar laços com a instituição, dará mais faltas, distanciar-se-á dos outros e baixa a produtividade. “o burnout é sinal não só de mal-estar da pessoa como da organização”. No caso dos profissionais que acodem a emergências em saúde e acidentes. as consequências podem ser mas graves.
Uma das formas de impedir que a pessoa desmorone psicologicamente é ensinar-lhes a reconhecer os sinais, que defende ser necessário intervir na pessoa como na instituição em que ela se insere. Isso pode ser feito através da regulação da pressão exercida sobre a função e um equilíbrio maior entre a vida profissional e a familiar. A intervenção clínica também deve ser equacionada.
ESTÁGIOS DO BURNOUT:
- Necessidade de se afirmar
- Dedicação intensificada - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho;
- Descaso com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
- Recalque de conflitos - o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
- Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
- Negação de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
- Recolhimento;
- Mudanças evidentes de comportamento;
- Despersonalização;
- Vazio interior;
- Depressão - marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
- E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência.
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