quarta-feira, 29 de setembro de 2010

BURNOUT NO TRABALHO?


   A excessiva exposição emocional  das pessoas  pode levá-las ao "burnout". A condição, mistura de esgotamento, distanciamento, desinteresse e tentativa de  mudar de tarefa, também afecta outros trabalhadores. Não há palavra portuguesa que traduza literalmente o fenómeno do "burnout", condição psicológica que começou a ser identificada nos anos 70 do século passado. É mais que o esgotamento e é provocado por exposição prolongada ao stress, com componentes que podem atingir a depressão clínica, segundo explica os  psicólogos. o burnout? afecta cerca de 40% dos profissionais de saúde e 20% de entre todos os trabalhadores.
   Este síndroma  deve-se à exposição prolongada a factores de stress emocionais e interpessoais no  trabalho. Manifesta-se,  nas funções de contacto com o público,  e em pessoas a trabalhar em organizações que não lhes requerem participação nas decisões nem lhes devolvem apreciação sobre o seu desempenho.
   O maior factor de protecção,  é o equilíbrio vida profissional/vida familiar. Sem isso ,  as consequências são  depressão,  queixas de mal-estar ou  dores e infecções.
Na função laboral, a pessoa afectada pelo “burnout” estará insatisfeita, quererá cortar laços com a instituição, dará mais faltas, distanciar-se-á dos outros e baixa a produtividade.  “o burnout é sinal não só de mal-estar da pessoa como da organização”. No caso dos profissionais que acodem a emergências em saúde e acidentes. as consequências podem ser mas graves.
   Uma das formas de impedir que a pessoa desmorone psicologicamente é ensinar-lhes a reconhecer os sinais, que defende ser necessário intervir na pessoa como na instituição em que ela se insere. Isso pode ser feito através da regulação da pressão exercida sobre a função e um equilíbrio maior entre a vida profissional e a familiar. A intervenção clínica também deve ser equacionada.  

ESTÁGIOS DO BURNOUT:
  • Necessidade de se afirmar
  • Dedicação intensificada - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho;
  • Descaso com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido;
  • Recalque de conflitos - o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
  • Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
  • Negação de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
  • Recolhimento;
  • Mudanças evidentes de comportamento;
  • Despersonalização;
  • Vazio interior;
  • Depressão - marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
  • E, finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência.



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